Vida

às vezes soluço

como uma pedra na boca do rio,

às vezes morro

como quem tem fome

mas quando em sossego

sou um anjo sem as asas

e, no encantamento das margens,

sou poço quase profundo

como um sapo que comeu a língua

ou a cobra que perdeu a presa

vou enrolando a alma

em pele cristalina

é assim que me quero dar

a você que de nós tem sede

a você que quer de mim

uma nova demão de amor

Pedro Cardoso DF
Enviado por Pedro Cardoso DF em 15/05/2013
Reeditado em 11/09/2023
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