Vida
às vezes soluço
como uma pedra na boca do rio,
às vezes morro
como quem tem fome
mas quando em sossego
sou um anjo sem as asas
e, no encantamento das margens,
sou poço quase profundo
como um sapo que comeu a língua
ou a cobra que perdeu a presa
vou enrolando a alma
em pele cristalina
é assim que me quero dar
a você que de nós tem sede
a você que quer de mim
uma nova demão de amor