Na casa velha da fazenda
Quantas saudades eu sinto
Do galo rouco e folhoso
Que persistia em me acordar
Mas não conseguia.
Quantas saudades eu sinto
Da fresta no telhado onde eu sempre via a lua passear
E sentia o sol esquentar-me a face
Percebendo assim o dia clarear.
Quantas saudades eu sinto
Do cheiro do café, do campo, do mato, da relva molhada,
Dos bons ares de lá.
Quantas saudades eu sinto
De acordar sempre ouvindo
As mesmas canções dos mesmos passarinhos
De vê-los voando, sempre voando.
Felizes iguais a mim.
Quantas saudades ainda mais eu sinto
Do luar que não hà aqui
Das estrelas que também não tem
Do céu azul e do antigo meu bem
Quantas saudades do meu canto
No canto do meu lar do meu lugar
Quantas saudades eu sinto de lá
Ponho-me a chorar ao lembrar
Ponho-me a chorar ao lembrar
Pois a saudade não quis ficar por lá.