Na casa velha da fazenda

Quantas saudades eu sinto

Do galo rouco e folhoso

Que persistia em me acordar

Mas não conseguia.

Quantas saudades eu sinto

Da fresta no telhado onde eu sempre via a lua passear

E sentia o sol esquentar-me a face

Percebendo assim o dia clarear.

Quantas saudades eu sinto

Do cheiro do café, do campo, do mato, da relva molhada,

Dos bons ares de lá.

Quantas saudades eu sinto

De acordar sempre ouvindo

As mesmas canções dos mesmos passarinhos

De vê-los voando, sempre voando.

Felizes iguais a mim.

Quantas saudades ainda mais eu sinto

Do luar que não hà aqui

Das estrelas que também não tem

Do céu azul e do antigo meu bem

Quantas saudades do meu canto

No canto do meu lar do meu lugar

Quantas saudades eu sinto de lá

Ponho-me a chorar ao lembrar

Ponho-me a chorar ao lembrar

Pois a saudade não quis ficar por lá.

Xandy Bernardo
Enviado por Xandy Bernardo em 15/05/2013
Reeditado em 12/01/2014
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