À Janela

De longe apenas vejo

O teu olhar enegrecido

Pela pobreza dos teus sonhos.

Enquanto o meu (olhar)

Permanece entorpecido

Pelo veneno dos teus lábios.

Da janela sinto o vento no meu rosto

Que desalinha meus cabelos

E me faz pensar ou sentir que sou mais livre.

Então percebo que o infinito é grandioso em demasia

Para caber em apenas um desejo.

Mas o que eu quero nesse instante inestimável

É que o banal torne-se a cada dia mais sublime

E o absurdo se traduza na rotina mais perfeita.