Os tecedores de vento*

"...O vazio espera certo todos que tecem o vento..

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Nesta horda de clarins e luzes

Desperto minha manhã sem festa;

Infesta-me a sombria bruma de estio

Na consciência da incômoda heresia:

Fugir de ti no mormaço da noite fria!

Saltimbancos condenam-me, condenam-te...

Pela hipocrisia da nossa ruína gélida;

Nas noites turvas silentes calmas

Nenhum pecado é mais mortal

Do que o abraço frio da alma!

Somos paixão ao vento tecelada em vão

Na lívida noite que vazia desperta.

Acordamos à mercê do sagaz novelo

Entregue às mãos de quem não o aperta

E vive no vazio de na vida não tê-lo.

Não mais me condeno, nem te condeno...

Tecemos ao vento a nossa sorte;

Manuseando nossos próprios deslizes

Temos medo de um grande amor

Que nos torna um tanto infelizes!

Kal Angelus
Enviado por Kal Angelus em 28/03/2007
Reeditado em 02/11/2012
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