Das possibilidades
Não posso acreditar na impossibilidade
De não poder ser o que sou integralmente
Não me habituo com a palavra "geralmente"
Pois ela põe tudo na generalidade.
Meu livre arbítrio é um tanto quanto arbitrário
Minha liberdade é fortemente controlada
Eu vejo o que querem que eu veja, quando muito
Só vejo o véu e depois dele mais nada.
Sou um ser neutro e sem personalidade
Em uma peça meio desacreditada
Olho pro figurino no meu guarda-roupa
E as minhas roupas não me dizem nada.
Subir em uma montanha e gritar lá de cima
Não sei pra onde ir e nem posso voltar
Embora eu por acaso encontre alguma rima
A minha sina em si é nunca me encontrar.
Faço o possível e isso não é o bastante
O impossível então, nem posso imaginar
Mas variando as várias possibilidades
Eu percebi que já não posso variar.
Deixo de lado o meu monólogo irritante
Tão irritante quanto aquele que o escreveu
Um ser anônimo e insignificante
E acertou que disse que esse era eu!