despertar

o teu ventre

teve a lua molhada

e tua

carne sentiu a

fruta mais doce;

depois, a queda,

viu-se na profundeza no rosto

dos deuses, o barco de hades,

as armadílhas das nereidas..

e no teu desespero, abriu-se!

e de tanto fogo,

ser poeta, a gritar, arder

a tua inocência, suportar o rompido pilar

e o tempo pelo balaústre de tua varada

a escassez de rios e de homens

e as paredes,

capciosas paredes

te apertaram e de tanta dor,

clêmencia,

na superfície intacta,

o beijo virgem e alucinante de eros,

alumiando a relva e a boca da mulher

amada

a cavalgada das estrelas dar ordens

e e de aparta e

te desperta

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 12/05/2013
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