carapuça dos anjos negros

o teu ventre

teve a lua molhada

e tua

carne sentiu a

fruta mais doce;

depois, a queda,

viu-se na profundeza no rosto

dos deuses, o barco de hades,

as armadílhas das nereiras..

e no teu desespero, abriu-se!

e de tanto fogo,

ser poeta, a gritar, arder

a tua inocência, suportar o pilar rompido

a escassez de rios e de homens

e as paredes,

capciosas paredes

te apertou e de tanta dor,

clêmencia,

na superfície intacta,

onde paira o prazer

carapuça dos anjos negros

a beijo virgem de eros,

alumiando a relva e a boca da mulher

amada