MÃES
MÃES
Na savana primitiva a fêmea urrou,
Surgia uma nova vida, sua cria.
A fêmea com a cria corria do tigre,
Cria no peito, sugando sendo vida.
A semente suga a fêmea!
É um vampirismo de energia aceito.
Que gera satisfação mística.
O tigre persegue a fêmea e cria,
Na savana são apenas animais
Com uma ligação a mais...
Na cruz morrendo esta o filho,
A mãe perde um pedaço dela
Não secaram a sua lágrima.
Não passaram pela dor de seu parto
Não sentiram o crescer em seu ventre
Não alimentaram aquele que ali morria.
Ela foi cálice para que ele vivesse,
Ele se alimentou de seu sangue
E sob o eclipse do sol ele morria
A mãe chora pela morte de sua cria...
O corpo muda de forma, se abaúla.
A mãe é o bandolim da vida.
Que tem que saber tencionar,
A corda gera o som na madeira
Ou a madeira gera o som na corda?
A ligação é musica para vácuo
É sintonia sem ter uma estação
É intuição sem nunca ter intuito
É som num olhar perdido.
Bandolim e corda se complementam...
Mas mãe não é só quem tem útero,
Não quem só quem é cálice,
Não é quem só é bandolim;
Mãe pode ser homem,
Pode ser mulher masculina,
Pois mãe é um estado de espírito;
É querer proteger a todo o momento,
É querer ensinar os passos do caminho,
É ter uma ligação inexplicável,
É amar alem das fronteiras.
André Zanarella 11-05-2013