Filho de Minas

O minério de ferro oxigena meus tecidos,

liberdade tardia, porém aqui conquistada,

montanhas de vencedores desconhecidos,

livres nossos poetas, soldados da palavra.

Entranhas com esmeraldas, longe do mar,

verde o lugar simples, o embrião da terra,

o vermelho da flâmula inconfidente no ar,

a serra que protege, aconchega a timidez.

Em Minas nascemos da poesia, da canção,

Gerais em versos, comportamentos, rimas,

travas, cancelas, porteiras, cheiro de chão,

leite no peito, fertilidade no útero do país.

Nação do ouro roubado, fincada no interior,

profunda no sotaque orgulhoso, expressiva,

silêncio na alegria, a leveza sincera na dor,

dissimulada euforia, da arte, simples magia.

Geografia arquitetada pela fada da reflexão,

dorme vigilante, acorda quieta, espera a vez,

dócil e duro, rude e puro, superlativo do fiel,

é fruto indicado a não ser exato e ser talvez.

Dado Corrêa
Enviado por Dado Corrêa em 11/05/2013
Reeditado em 17/05/2013
Código do texto: T4285020
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