Tigresa

Veste-se,

investe-se

de si mesma.

E quando acorda se mostra

pronta

como nos conta

o preto, o amarelo,

o vermelho ou o verde

listrados.

Testa-nos,

enfrenta-nos

a cor dos seus dedos

nas unhas que encantam.

Marrom, preto, ameixa.

Assim fascinados nos deixa.

Remete-se

com tantos braceletes

à Roma,

ao Cairo,

ao que mais possa

nos causar apreço.

E relevo o tempo

que lhe namoro,

que comigo carrega

seu endereço.

Afronta-nos,

atrapalha-nos

e nos cria imagens.

Serve-se

das coroas e jóias

e dos nossos olhares.

Apetece-lhe

mãos esticadas,

tapetes vermelhos

por onde desfilam

suas pisadas.

E tudo rebola,

as caras mais safadas,

as mais inchadas,

as malvadas que em nada interferem.

Nem nos dá bola.

Paulo Henrique Frias
Enviado por Paulo Henrique Frias em 10/05/2013
Código do texto: T4284325
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.