METAMORFOSE

METAMORFOSE

Um pouquinho de mar

Para desprender seu soluço

Um pouquinho de sol

Para dourar suas lágrimas

Se tiver para onde ir

Não vá, fique aqui

E deixe pra lá este longo adeus

Que logo também se vai

O amor na verdade

Se desatou da terra

Subiu até o céu azul

E depois choveu saudade

E tudo ficou verde

Na espera e na esperança

Até que um novo dia

Despontasse em seu caderno

Com um poema de cada vez

Para cada dia de fome no coração

E para cada rua que deixou de sorrir

Até que um resquício de luz

Surgisse entre as nuvens

Como um sinal de trégua

E a tempestade dos olhos

Sem perceber, de repente,

Se deparasse com a estiagem

E com os brotos de sua nova vida

Seguindo o curso da existência

Arraigando na superfície da poesia

Um verso ainda umedecido

Que terminasse dizendo assim:

Obrigado Deus por tudo!

Angelo Trom
Enviado por Angelo Trom em 10/05/2013
Código do texto: T4284100
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