Pedras Preciosas

No alto de sua cama uma rainha dormia, dormia

Tão nua quanto nasceu, a pele rosada e limpa

De um salto a mulher acordou e pulou em sua cama

Pulos tão elegantes e completos, que cada um

Parecia sincronizar com o salto anterior e o seguinte

De repente bateu em seu cortinado e pedras começaram a cair

Por sobre seu corpo translúcido e caiam e caiam as pérolas

Eram esmeraldas, indo ao encontro de seu seio hirto,

Tão delicadamente rolavam em abundância, que a brancura

De sua pela mesclava com o verde das pedras preciosas

e lindas e benditas rolavam como água em chuveiro

A majestade, depois de todas as pedras deitadas em seu colchão,

Desceu seu corpo abraçou as pernas e no próximo instante começaram

A rolar pedras brancas que ficavam trançadas em seu cabelo longo,

tão longo e tão e abundante, ao cair uma pedra na mão dela

que já se preparava para levantar, seus olhos abismaram-se,

e viram os diamantes luzindo e reluzindo, exaltada, inebriada

afogou-se em montes de pedras que se precipitavam,

quando levantou seu cabelo coloria-se, branqueava-se

Ao pensar em sono, sentiu-se rodeada por pedras verdes e brancas,

Não eram ramos de árvores ou planta ou flores de algum jardim

Eram pedras preciosas e ela dispensando o edredom dormiria

Ao abraço delas, a dama não sonhara, eram mesmo pedras caindo:

Uma, duas, três, tantas, e seu cortinado era uma fonte,

E seu corpo livre as recebeu todas, todas elas. E ela era tudo,

Tudo no mundo: um sentimento que se acasalava com as pedras

Era mais que sonho, era plenitude: uma mulher e mIl jóias

Um amor repleto de erotismo e sensualidade, calmo e verdadeiro

Um sonho por entre os sonhos

E eu repleta de mim, abri todos os meus olhos e vi que eu mesma era a rainha que dormia.

Neusa Azevedo
Enviado por Neusa Azevedo em 10/05/2013
Reeditado em 10/05/2013
Código do texto: T4284013
Classificação de conteúdo: seguro