Pedras Preciosas
No alto de sua cama uma rainha dormia, dormia
Tão nua quanto nasceu, a pele rosada e limpa
De um salto a mulher acordou e pulou em sua cama
Pulos tão elegantes e completos, que cada um
Parecia sincronizar com o salto anterior e o seguinte
De repente bateu em seu cortinado e pedras começaram a cair
Por sobre seu corpo translúcido e caiam e caiam as pérolas
Eram esmeraldas, indo ao encontro de seu seio hirto,
Tão delicadamente rolavam em abundância, que a brancura
De sua pela mesclava com o verde das pedras preciosas
e lindas e benditas rolavam como água em chuveiro
A majestade, depois de todas as pedras deitadas em seu colchão,
Desceu seu corpo abraçou as pernas e no próximo instante começaram
A rolar pedras brancas que ficavam trançadas em seu cabelo longo,
tão longo e tão e abundante, ao cair uma pedra na mão dela
que já se preparava para levantar, seus olhos abismaram-se,
e viram os diamantes luzindo e reluzindo, exaltada, inebriada
afogou-se em montes de pedras que se precipitavam,
quando levantou seu cabelo coloria-se, branqueava-se
Ao pensar em sono, sentiu-se rodeada por pedras verdes e brancas,
Não eram ramos de árvores ou planta ou flores de algum jardim
Eram pedras preciosas e ela dispensando o edredom dormiria
Ao abraço delas, a dama não sonhara, eram mesmo pedras caindo:
Uma, duas, três, tantas, e seu cortinado era uma fonte,
E seu corpo livre as recebeu todas, todas elas. E ela era tudo,
Tudo no mundo: um sentimento que se acasalava com as pedras
Era mais que sonho, era plenitude: uma mulher e mIl jóias
Um amor repleto de erotismo e sensualidade, calmo e verdadeiro
Um sonho por entre os sonhos
E eu repleta de mim, abri todos os meus olhos e vi que eu mesma era a rainha que dormia.