VERDADES VAZIAS...

Me tiras-te do teu colo

no calor que me abrigavas

dos medos, das injustiças...

do colo este, que me embalava...

me fazia dormir e acordar feliz

o tempo não ditava o tempo,

entre os espaços dos dias,

os quais tu me abraçavas

na segurança de um centurião,

com sua armadura cintilante

eras tu, meu ponto de apoio

minha eterna vigilante, me percebia

nas minhas saídas, minhas chegadas...

o céu me cobria com teus azuis

fazendo parte do contraste

natural de um amor latente,

que mexia, ainda mexe por dentro da gente

exalando uma verdadeira paixão,

algo que me tirava do chão e,

flutuava entre os ares de esperanças

e mesmo adulta, voltava a ser criança...

sinto falta das tuas falas,

sinto falta dos teus olhares

sinto falta das tuas poses

sinto falta até dos teus erros...

tuas lembranças me fazem refletir

mesmo na tua ausência, o que me deixas-te, aprendi...

pois não saí do teu colo, fui lançada, arremessada

por caprichos que poderiam ser superáveis,

mas tua vaidade, tua postura intransponível

me fez ver em ruínas os contrastes azuis,

onde agora nublada a vida, que vem de ti

não mais me ilumina, não mais me aquece

teu gélido colo agora, das injustiças, não me protege

estou só, perdida nas ruas escuras em noites de lua nova,

meu pranto se fez notado, as lágrimas contidas

implodiram me fazendo opaca, fosca, sem brilho...

meu sorriso se fez pálido, meus olhares distantes,

aprendi e continuo a refletir,

o que não consigo compreender,

pois em meu peito, ainda abriga o amor

a essência do que sentia

a paixão ainda doentia

em teu colo poder retornar,

e teus braços um dia me afagar....

Romulo Marinho

Romulo Marinho
Enviado por Romulo Marinho em 10/05/2013
Reeditado em 10/05/2013
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