Monólitos da verdade
E o sabiá voa triste
Sempre em direção contrária
Aos ares terrenos pútridos, resiste.
Ao chamado da mortalha
Do mundo falso, mundo humano.
Que o caprichoso demônio criou
Com risos, mentiras, é insano.
E depois de medo, abandonou.
O homem domina demônio de si.
Mata mente e beija
Destrói todos e tudo que vê, e ri.
Sem problemas, que assim seja.
E o sabiá em sua desgraça chora
Nem ousa mais um cantar
Que a tristeza não demora
E começa a sufocar
Levar lhe a vida, que é o que há.
A rocha, solidão, obstrui.
Ao tentar se alimentar
Falta lhe o ar, este não flui.
Mundo cruel de cimento,
De terra batida, não importa.
Que nega ao sabiá, o sábio, o alimento.
Mediocridade eterna bate a porta
Com a incômoda língua, feche os lábios.
Com o grito, dos mortos, dos inocentes.
Com o silêncio desesperado dos sábios
Da verdade decomposta restam os dentes