PELOS CAMPOS FORA!

Parti de manhãzinha, pelos campos fora

Senti a maresia que trazia a aurora

Cheirei as papoilas, no meio do trigo.

Colhi malmequeres, com meus simples dedos

Partilhei paixões, nascidas dos medos

Que antes eu tinha, cá dentro comigo!

Os grilos cantavam, por entre searas

Que iam escondendo, mil belezas raras

Enquanto eu rolava, meu corpo no chão.

O vento dançava com loiras espigas

E eu namorava com as raparigas

Que aos poucos marcaram…o meu coração!

Lá nos céus, bem alto, as aves voavam

Mas de vez em quando, seu bico, poisavam

Para saciarem, a fome trazida.

E tu meu amor, com o teu alento

Fazias-me entrar em tal sofrimento

Que até esquecia…as linhas da vida!

E sempre correndo, pl`os prados tão densos

Dava-te os meus versos, que sendo imensos

Não valem fortunas, como o oiro fino.

Porque só o verde das vastas campinas

Tornam-me as lembranças, assim cristalinas

Tal água do rio, onde eu bebia…quando era menino!

O Poeta Alentejano
Enviado por O Poeta Alentejano em 09/05/2013
Reeditado em 09/05/2013
Código do texto: T4281983
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