SINOS
(Socrates Di Lima)
Sou contador de histórias,
Realidades vividas,
Não existem glórias,
Mas, lembranças de vindas e idas.
Escrevo cartas de amor,
Como se poesias fossem,
Escrevo poesias com alma em ardor,
Como se cartas existissem.
Há quantas estradas segui,
Ao longo dos sonhos meus,
E muito já aprendi,
Com as graças de Deus.
Ouço sinos tocando,
No alto da matriz,
Um relógio macando,
Que o mundo gira sobre sua raíz.
Olho o dia ao amanhecer,
Escrevo minhas histórias de amor,
E posso continuar a escrever,
As loucuras de ser sonhador.
E quem não vive a vida,
Não tem passados escritos,
Não tem imaginação mantida,
No oráculo dos inscritos.
Tocam os sinos da alma,
Tocam os sinhos da lida,
Em desenhos paralelos da mão a palma,
Lidos pelas ciganas da vida.
Dobro então os meus sinos perdidos,
Nos amores já vividos,
Todos virtuodos e muito queridos,
Na posteridade acreditar que foram merecidos.
E quem não os vive!
Desde a fase de meninos,
O que importa é que por toda uma vida se ative
A beleza santa dos badalos que despertam os sinos.