Pela Luz dos Olhos Teus
Pode até ser...
Que os homens
Se curem de suas insanidades.
Mas hoje,
Assolado pelo inverno que escorre as encostas
Levando a morrer muitas vidas/
Há que se observar,
Que a dor vaga em qualquer direção e o sangue se faz sem necessidade/
Pelas mãos de quem,
Por um segundo diz amar de verdade.
É inconcebível ver nessa realidade/
Pessoas com fome,
Quando se tem abundanciedade;
Pessoas solitárias,
Quando somos cidades;
Pessoas sem teto,
Quando se tem tantas entidades.
É um absurdo acordar e ver nessa idade,
Que por tudo que se morreu;
Que por tudo que se lutou...
Ainda não podemos ousar falar em liberdade.
Enquanto nossos filhos vão a universidade;
Enquanto comemos na sala;
Enquanto sonhamos na cama;
Enquanto bebemos na cozinha;
Enquanto rimos a toa...
Alguém sob a sacada da janela ainda revira o lixo para matar a fome;
Se não, chora de dor as portas de um hospital ou aos pés das grades.
Não queremos uma sociedade sonhada,
Almejamos uma realidade cujos direitos sejam respeitados,
Onde todos se reconheçam como humanos.
Vidas não são criações de brinquedos;
Vidas são essências do amor.
E se não pudermos entender,
Ao menos devemos nos permitir amar.