Um colibri
A beber o doce mel
Da flor
Sem a magoar,
Sugando-o com amor

Luzinha tremente

Estrela que se reflecte
Como água pura da fonte

Tuas lágrimas flúem
Escuto teus soluços

Que dor ver sofrer
Quem tão-só sabe de amor!
Vida curtinha,
Curiosos olhos
Falando sem palavras
Preciosos,
Imprecisos gestos

Mãozinhas de borboleta
Que esvoaçam,
Criança amada

Jóia que a vida nos deu

Embalando-te no colo
Inebriar-me no assombro
Sem conto
De quilates de ternura!

Como dizer-te, criança,
O tanto de meu carinho?!

Mas tenho quase a certeza
Que falando-te baixinho
Numa canção de silêncio
Do meu coração magoado
Toco o teu coraçãozinho!