O Jogo

Um ser enigmático

Tomado pela fúria

Insanidade talvez

Com gosto de poder

De braços abertos

Apontava para um tabuleiro

No meio da sala me coloquei

Sem escolha

Fervilhando na mente seu potencial

Presa no anagrama

Que formava meu próprio nome

Forjava ele uma peça?

Não

Um jogo obrigatório

Com duas etapas

Começar e nunca falhar

Sem término, sem razão

Me forçando contra parede

Me falava com os olhos

Um comando mudo

Sem drama em sua força

Cautelosamente me esquivei

Sabendo eu que não mais sairia

Um jogo de morte

Um cavalheiro capaz

Das mais profundas doses de medo

Sabendo sua vontade insaciada

Delírios me passavam a mente

Calculava seus instintos

Não dava, não via mais nada

A sede aumentava

A fome me comia

Os desejos pútridos

Um homem de façanhas

Sem face, sem nome

A verdadeira honra me vinha

Uma ponta de lâmina podia sentir

A fuga já não mais existia

A vontade da criatura se saciava

Apenas com isso

Uma forte tempestade nos olhos

Era medo?

Era fome

Fome do líquido de mulher

De gosto amargo sem odor

Intenso e vicioso

Me arrancava os pedaços

Acabara ali

O temor fugia

A fome foi trocada pelo suor

A sede cedera

A escuridão aumentara

E nada ainda via

Depois de todos toques mudos

Depois de tanto tremer as mãos

Por mais firme que fosse

Saciara-se

Me deixando ali

De pernas ainda arreganhadas

Face coberta por um manto qualquer

Algemada e amordaçada

Largada com a insanidade

Presa no desejo de nunca sair

Percebendo tudo

Foi definitivo

Adeus

Game over e nada mais.

Akiw 02/Out/2011

Akiw Purple
Enviado por Akiw Purple em 08/05/2013
Código do texto: T4280067
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