AQUILES
Negreja às margens deste rio-oceano léguas de areia pisada.
E eis que aqui avançam cordilheiras de brumas
sobre o precipício dos passos.
Em vida, erradios, aqui, todavia, inarredáveis,
com o imposto fito de não mais errar.
Mortos? Quem garante?
Vês o escudo que ali jaz,
rebatendo as horas de tua eternidade ociosa?
Vês a lança com que assombraste a obscura essência?
Seu traço esguio – traço e sangue ressequidos do flagelo
não mais à mão se aferra,
e zomba do agudo gume, onde,
gratos, ardentes, já se empalaram estes.
E segues secando o rastro,
acossando arcanos no estéril limite das eras e ruminando
a carnificina das batalhas.
A momentosa querela do destino: consumida, suspensa.
Tardia qual fruto repudiado de tua melancolia.