AQUILES

Negreja às margens deste rio-oceano léguas de areia pisada.

E eis que aqui avançam cordilheiras de brumas

sobre o precipício dos passos.

Em vida, erradios, aqui, todavia, inarredáveis,

com o imposto fito de não mais errar.

Mortos? Quem garante?

Vês o escudo que ali jaz,

rebatendo as horas de tua eternidade ociosa?

Vês a lança com que assombraste a obscura essência?

Seu traço esguio – traço e sangue ressequidos do flagelo

não mais à mão se aferra,

e zomba do agudo gume, onde,

gratos, ardentes, já se empalaram estes.

E segues secando o rastro,

acossando arcanos no estéril limite das eras e ruminando

a carnificina das batalhas.

A momentosa querela do destino: consumida, suspensa.

Tardia qual fruto repudiado de tua melancolia.

luis narval
Enviado por luis narval em 08/05/2013
Reeditado em 08/05/2013
Código do texto: T4279528
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