Desatinada
Ah, nem vem debulhar
lágrimas de milho
não estou pra luxo
sou lixo
dos becos
das putas
das ruas mal cheirosas
nem vem, nem vem...
Pinto
a cara
sou palhaça
nos moldes
da sociedade
puritana
hipócrita
falsa.
Rio,
debochada
deságuo
em ribeirão
de montes
escalados.
Choro
a flor despetalada
por mãos impunes
sangrando
avenidas
desalinhadas.
Morro
de ilusões
perdidas
achadas
desaforadas.
Neo vem, nem vem
chorar lágrimas
desbotadas.
Embriago
de versos
malditos
em bocas encardidas.
Fujo
das entranhas
corroídas
doloridas
paridas
de mil filhos.
Amo
porque sou dona
de mim
dos meus passos
cambaleantes.
Sigo
comigo
sem você.