Lira
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Eu faço versos como quem morre.
(Manuel Bandeira)
Meu canto é chuva de tristeza e ardume,
Vindo de nuvens de agonia e amor.
Não lê meus versos se não tens queixume,
Não lê meu livro se inexiste dor.
Vulgar minha lira, de simplório canto;
Provindo d’alma toda inspiração.
Despreza o vate se te é seco o pranto
Ou rara a angústia no teu coração.
Meu livro é flor de fragrância inibida,
Meus versos pétalas de humilde flor.
Eu planto flores com a minha vida
E colho versos com a minha dor.