Da Sensibilidade

A sensibilidade mergulhou nos olhos da solidão

e bebeu a escuridão que agoniava de saudade...

e dessa sedenta bondade, fez-se o poema, então...

um lago de recordação, onde boia a suavidade.

Poesia é oceano que bebe o mais longo rio...

é a mão que toca o frio como um carinho africano...

é a maciez do pano que envolve a nudez febril...

é a flor do arrepio que perfuma o coração humano.

E o poeta é instrumento dessa doce sinfonia

que compõe a poesia (nas finas cordas do sentimento)...

Piano do sofrimento e violino da alegria,

ele também se arrepia como uma flauta do vento

que soprasse lento (como se fosse uma fotografia

de um tufão que gostaria de ser brisa por um momento).

07-05-2013

Torre Três (R P)
Enviado por Torre Três (R P) em 07/05/2013
Reeditado em 10/12/2015
Código do texto: T4278039
Classificação de conteúdo: seguro