Da Sensibilidade
A sensibilidade mergulhou nos olhos da solidão
e bebeu a escuridão que agoniava de saudade...
e dessa sedenta bondade, fez-se o poema, então...
um lago de recordação, onde boia a suavidade.
Poesia é oceano que bebe o mais longo rio...
é a mão que toca o frio como um carinho africano...
é a maciez do pano que envolve a nudez febril...
é a flor do arrepio que perfuma o coração humano.
E o poeta é instrumento dessa doce sinfonia
que compõe a poesia (nas finas cordas do sentimento)...
Piano do sofrimento e violino da alegria,
ele também se arrepia como uma flauta do vento
que soprasse lento (como se fosse uma fotografia
de um tufão que gostaria de ser brisa por um momento).
07-05-2013