SECA

Escrevo a ti, meu irmão.

E ao Senhor que é salvação.

Olha pra mim!

Não me deixe mais aqui.

Desde que fui gerado

Nunca encontrei a felicidade

Por consequências da vida: abandonado

Nasci e já conheci a realidade

De um povo que está cansado.

Deus,

por que me esqueceu?

Satisfaz o seu filho sofrido

Que não sabe nem por quem foi trazido

À essa terra que não sabe sorrir.

Moro com esse povo trabalhador

Humilde, fraco e sofredor

Que não vê a glória dessa terra justa...

Mas que só quer um pouco de chuva.

Não güento mais esse cenário:

Seca, fome e grito de dor

Tristeza desse povo sofredor

Que só quer um pouco de se amor.

Pode um povo viver assim?

Desde pequeno, sofrendo

Molhando a terra com suas lágrimas

Esperando pacientemente uma luz

Que num dia vem nascendo

Na seca, come macambira

Enfrenta os piores castigos

E quando não suportam mais: rezam...

E quando a reza não dá jeito

Sai em migração atrás de solução

E quando tinha notícia da chuva

Voltava com o semblante cheio de esperança

Como se ela fosse uma semente tímida crescendo

E quando revê sua Terra

Dá graças a Deus!

Por ser um povo pobre

Mais cheio de fé

Por favor, Senhor!

Lembra-te de nós

Temos fé no seu amor sem fim

Salva esse povo que sofre por ti

Não tira-nos da nossa terra

Mas dá-nos a dignidade

De viver aqui pra sempre

Para quando voltar a vê-la

Estará diferente e transformada por tua beleza.

Obs.: poesia feita em 26/09/03

Rosdrigo
Enviado por Rosdrigo em 06/05/2013
Código do texto: T4277758
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