Suicida

Um apático, oco de abnegação,

É uma ilha, esse meu coração!

Um reles ponto na imensidão

Da minha tão comodista razão.

Ah, o meu hospedeiro de emoção

É um vil e controverso anfitrião

Ao amor nutre aguda aversão

E idêntico apreço pela solidão...

Ominoso e prescindível órgão

Faz-me também uma aberração

Mantendo viva minha pulsação

Enquanto mata-me sua omissão.

Se me mata ele morre em união...

E co’a vida, não vivida, cessarão,

Sem ínfima chance de separação,

A razão e o meu suicida coração.

Sil Castilho
Enviado por Sil Castilho em 06/05/2013
Reeditado em 06/05/2013
Código do texto: T4277594
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.