Suicida
Um apático, oco de abnegação,
É uma ilha, esse meu coração!
Um reles ponto na imensidão
Da minha tão comodista razão.
Ah, o meu hospedeiro de emoção
É um vil e controverso anfitrião
Ao amor nutre aguda aversão
E idêntico apreço pela solidão...
Ominoso e prescindível órgão
Faz-me também uma aberração
Mantendo viva minha pulsação
Enquanto mata-me sua omissão.
Se me mata ele morre em união...
E co’a vida, não vivida, cessarão,
Sem ínfima chance de separação,
A razão e o meu suicida coração.