Decerto são só descertezas
Que dizer de tudo que eu vi? Do que eu sei, e do que eu não vivi?
Pouco conheço de realidade de fato, porque não entendo a verdade
E não vejo sentido em várias coisas
E fico perdida, alimentando as dúvidas
Destrinchando os enigmas e andando em círculo em labirintos
Acreditando cada vez menos, e me esforçando cada vez mais
Pra não perder o sonho, pra construir o novo, pra desconstruir o vazio
Será? Que tudo isso de algo adianta?
Será? Que essa esperança é válida? Que alguma alma cálida vai reverberar?
Não sei, sei cada vez ainda menos
Desconheço o meu tempo, só vejo ele passando rápido, rápido demais
Sem dar tempo de olhar pra trás
Com todo o peso que saudade traz
Daquilo que o que é meu já não é
Não é mais familiar
Já não há modo de seguramente conhecer quando a ambivalência lateja nos cantos
Esmaga pelos flancos abruptamente
E despedaça as antigas certezas
Que certas, nunca mesmo foram