Pequena fábrica dos sonhos
Minha pequena fabrica de sonhos
São os pequenos versos
Que escrevo nos grandes invernos
Tem como matéria prima, as primaveras
São epigramas e favores
Que faço a minha alma estranha
Faço canções fora dos carnavais
E encarno cores de meu olhar infinito
Converso com Deus
Quando não escrevo cartas para Ele
E os anjos descabelam meus negros fios
Com suas asas pálidas
Minha fábrica é pequena
E cabe num frasco de nanquim
E a pena que me rabisca
É meu remo no mar de papel
Fiel eu sou as canções de amor
Mas sou traidor dos maus pensamentos
Que jamais escalaram uma montanha
Ou comeram flocos de neve
Ainda quero trabalhar muito
Em minha fábrica
E jamais tirar férias...