Do Destino
Para onde vai o amor quando o amor termina?...
quando a paz menina ganha medo enrugador?...
quando o olhar indolor fere a própria retina
com a ponta mais fina que há na lente do rancor?
Para onde, a ternura que (nos olhos) era luz
e que deixava sempre nús os da outra criatura?
Para onde, a loucura que aceitava a cruz
e dela fazia jús à mais lúcida doçura?
Para onde, a chama que se ardia (imortal)
no sonoro castiçal que queima a voz de quem ama?
Para onde, a grama sobre a nudez sensual
que faz da manhã um quintal e da noite uma cama?
Para onde, a trama desse destino autoral
que escreve o final e faz do romance um drama?
05-05-2013