Regresso

De malas, caixas e sacos prontos

Noto a ansiedade, a vontade

Pensando na casinha

Na vaquinha

Imagina a vassoura de mato varrendo o quintal

Lá deixou um filho a zelar

Do seu lar

Fala que aqui nada encontrou

Reclama que não se aposentou

Conta da ingratidão

Da falta de atenção

Dos filhos da Capital

Revela que mora e come mal

Diz que no nordeste não passa fome

Vai prosear com as vizinhas

Pega os ovos das galinhas

Vai á missa aos Domingos

Até brinca de bingo

Aqui não anda sozinha

Só sai com a netinha

Senão fica perdida

Nessas ruas iguaizinhas

No semblante, Adélia, traz marcas de sofrimento

Expressões de arrependimento

Esconde o seu lamento

Contém seus sentimentos

Mas hoje notei um brilho diferente em seu olhar

Contou-me que irá regressar

À Paraíba, lá é o seu lugar.

joaninhacres
Enviado por joaninhacres em 04/05/2013
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