OLHO D'ÁGUA, OLHOS N'ÁGUA
Lancei meu olhar n'olho d’água.
Fundo azul n’água quieta,
Luz n’alvura da areia – sol.
Verdes pestanas na pedra – lodo.
Líquido cristal superficial,
Lateral à lama preta.
N' olho d’água, a me olhar, eu me vi todo.
Meus olhos minando,
A terra vertendo,
A pedra urinando,
Gruta aberta,
Várzea ao vento,
Água a jorrar no lajedo
Entre os ramos do arvoredo,
E a minha urina salgada,
Fundo azul n’água quieta,
Luz n’alvura da areia – sol.
Verdes pestanas na pedra – lodo.
Líquido cristal superficial,
Lateral à lama preta.
N' olho d’água, a me olhar, eu me vi todo.
Meus olhos minando,
A terra vertendo,
A pedra urinando,
Gruta aberta,
Várzea ao vento,
Água a jorrar no lajedo
Entre os ramos do arvoredo,
E a minha urina salgada,
Como se lágrima fosse,
A borbulhar n'água doce.
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É sempre em destaque, como uma joia valiosa em minha vitrine, que ponho à mostra uma interação poética de Tânia Meneses:
ESTOJO
Pérola breve
Retida ao colo da ostra
Silêncios de eternidade
Estranhezas de profundidades
Entre os rochedos submersos
Os poemas esperam
Diversos
Padecem.
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