DUELO
DUELO
E quando os olhos se fixaram...
Não havia perdão!
A dor escancarada expunha a cruel ferida
Que o tempo de uma vida cicatrizar não podia
E os outros olhos fitados também perdão não pediam
Eram vagos, sinistros, opacos
Signos da vida vazia
Assim, nesta cena estranha, sem palco e sem platéia
Dois ódios digladiavam, sem texto, na mesma tragédia
Se, para um tudo perdido
Outro nada tinha a perder
Eram os dois - vultos vencidos
Duas sombras a morrer.