Vôo Noturno

Voar livremente nas alturas

No silêncio cálido da noite

Bálsamo que alivia as curas

Marcas invisíveis de açoite

Nesse vôo noturno percorro

o deserto que tanto tu amas

ouço canções além do morro

as paixões ardendo em chamas

Velo teu sono tranqüilo sereno

Em teu sonho a imagem do amor

Em meu corpo se revela ameno

Traduzindo assim todo meu ardor

Sentes então a presença do calor

junção de corpos ardentes sensuais

Tuas mãos tateiam livres sem pudor

em movimentos leves até casuais

Percorrer caminhos desconhecidos

Abrir trilhas e traçando atalhos

Frêmitos suaves desejos parecidos

dispostos em uma colcha de retalhos

Na imensidão ilusória urgência febril

Do abraço apertado o meu porto seguro

De tê-lo assim com teu sorriso juvenil

Refletindo nos olhos o sentimento puro

O aviso dos pássaros no canto matinal

Melancólica despedida após noite insana

Alerta de que é chegada a hora final

Retorno ao meu quarto- à vida humana