Nefelibata
Nefelibata
Há tantas mãos e contramãos
que o poeta não sabe mais andar.
Tantas são as placas de direção
Que a vida acabou se perdendo.
Vire à esquerda;
Entre à direita.
E a poesia obrigada a seguir,
por onde ela jamais quer ir.
O mundo pedindo sempre pare
e o poeta querendo correr.
Logo é multado em seus versos.
Voar perturba o trânsito da ordem.
Desça dos poemas;
ande direito.
E o poeta preso por voar
Em terra que só se pode andar.
Mário Paternostro