Refém
Adentraste pelos meus versos
Não adiantaram meus protestos
És por tua vontade meu refém!
Abriste as portas da minha poesia
Invadiste sem pudor a moradia
Sem dar espaço a mais ninguém.
Vejo-te em meus reflexos
Em pensamentos desconexos
Em tudo que me leva além.
Tantas vezes já te libertei
Foram tantas que já nem sei
Acho que já passaram de cem...
Deixo todas as portas abertas
Dou-te mapa com as saídas certas
Mas, recusas com olhar de desdém.
E então ficas despudoradamente
Trancas as portas novamente
Queres ser para sempre meu refém!