A Poesia da Imagem
Vejo as cores,
um sorriso espontâneo,
um instantâneo
que sirva ao disparo
e paro
o instante.
Adiante
um choro, uma lágrima
um desejo, uma lástima,
alguém sob a chuva
a cântaros.
Fotografa os meus olhares
os prantos,
os campos,
as formas nas cidades.
Um evento, um reencontro,
a saudade em preto e branco.
Invento o vento na saia,
a luz que rebate, crio um sol
que lhe surge à frente.
Embaço, escureço o traste,
enalteço-lhe em brilho
e contraste.
Amo a poesia da imagem,
quando o silêncio implora
aos ouvidos atentos
que a releve,
quando a fauna, a flora,
as pessoas, as paisagens
e o abstrato
dialogam com quem a enxerga.
[Paulo Henrique Frias]