Tela branca
A tela branca
esfuma a lembrança
evaporada no tempo
se refaz na cerração
pela manhã dormente
Retrato turvo
da menina sentada
na orla de um córrego
que tinha afeição
Era uma alma tácita
Perfumava um ambiente
que transcendia a realidade
Amásia de uma rosa
mansamente discreta
que refletia o brando céu
Levou consigo a rosa
Viveu proeza se inspirou
tamanha era sua beleza
Um momento singular,
Mas foi só na luz do dia
Veio o crepúsculo sem ternura
Fuzilou a rosa, agora ausente
Foi efêmera sua alegria
Agora refletida apenas em pinceladas
de uma tela branca.