Tela branca

A tela branca

esfuma a lembrança

evaporada no tempo

se refaz na cerração

pela manhã dormente

Retrato turvo

da menina sentada

na orla de um córrego

que tinha afeição

Era uma alma tácita

Perfumava um ambiente

que transcendia a realidade

Amásia de uma rosa

mansamente discreta

que refletia o brando céu

Levou consigo a rosa

Viveu proeza se inspirou

tamanha era sua beleza

Um momento singular,

Mas foi só na luz do dia

Veio o crepúsculo sem ternura

Fuzilou a rosa, agora ausente

Foi efêmera sua alegria

Agora refletida apenas em pinceladas

de uma tela branca.

Amélia Queiroz
Enviado por Amélia Queiroz em 02/05/2013
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