Inopinado Visitante
Esperava por um pássaro distante, um canto constante, depois um instante mudo.
Ansiava por um voo delongado, um abraço apertado, depois um sono seguro.
Desejava beijo roubado, beber de um longínquo lago, depois sorrir no escuro.
E no eterno aguardo do que não podia ser, fechava os olhos, ali se imaginava.
Ali naquele lugar tão pessoal, particular, especial, onde ninguém jamais pisava.
Mas eis que um forasteiro inopinado invadiu o inacabado desespero de seu eu.
E repostas não foram mais indagações, e rimas não foram mais precisas.
Sentido, o que lhe cabia? Enfim, já não mais necessário, então partia...
Se perdeu antes de se encontrar... Só que nunca estivera tão feliz. Não naquela vida.