VELHA TERRA

Velha Terra...

tão sábia e generosa.

Dás ninho ao pássaro,

perfume às rosas,

dás o elo que nutre

a mãe e o filho...

e ao abutre

o que dizer?

não digo.

Dás o pão de cada dia

ao homem bom e ao inconsequente.

O lenço para chorar a agonia

àquele que apodreceu em sua semente.

Velha Terra

das cobiças,

da inveja,

do egoísmo,

do triste que só procura a missa

quando se vê à beira do abismo.

Terra gelada da crueldade

da matança de animais

onde a consciência é só vontade

de ganhar mais e mais

esquecendo que a fraternidade

é uma só, aos olhos do Pai.

Terra mãe sofrida, combalida,

abençoada, sagrada,

alvorescer e anoitecer de toda vida,

até que chegue ao fim minha jornada,

quero dizer-Te que sinto muito

por tudo que tenho visto,

tanta dor por onde ando

que faria chorar o Teu Cristo.

E quando eu de ti me apartar,

isto é, a minha alma voar

(pois meu corpo receberás)

que eu nunca me esqueça de Ti.

Que no horizonte eu Te veja

resplandescente, azul,

em tal beleza

e que Deus me permita viajar

pelos espaços pra te ver

de vez em quando, ao anoitecer,

disfarçada de natureza.

(Direitos autorais reservados).

Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 01/05/2013
Reeditado em 29/09/2013
Código do texto: T4269785
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