TIMER

A chave da obsessão está no inverso.

No que os seus olhos dizem interrompidos

Da evolução de um reflexo no espaço.

Se persigo o virtuosismo de um blues

É para interpretar essa avalanche de cores

Acumuladas entre meus dentes crispados

Antes que a manhã se faça sólida na janela.

Não há pausa na partitura nem compaixão na espera.

Não há mal que não sucumba a minha imprevisão,

Nem nanômetro que entenda a minha imprecisão.

Do verbo querer é que nasce a insolência de se existir.

E descobrir é sempre um fardo de pouca elegância.

Mas no domingo tudo se resolve com o tédio.

Ficará a emoção presa a um pote mal acabado,

Ficará a noite esperando, até que eu resolva os limites.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 01/05/2013
Código do texto: T4269722
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