TIMER
A chave da obsessão está no inverso.
No que os seus olhos dizem interrompidos
Da evolução de um reflexo no espaço.
Se persigo o virtuosismo de um blues
É para interpretar essa avalanche de cores
Acumuladas entre meus dentes crispados
Antes que a manhã se faça sólida na janela.
Não há pausa na partitura nem compaixão na espera.
Não há mal que não sucumba a minha imprevisão,
Nem nanômetro que entenda a minha imprecisão.
Do verbo querer é que nasce a insolência de se existir.
E descobrir é sempre um fardo de pouca elegância.
Mas no domingo tudo se resolve com o tédio.
Ficará a emoção presa a um pote mal acabado,
Ficará a noite esperando, até que eu resolva os limites.