Tolo
Tolo o ser que acredita que tudo sabe
Que reina senhor absoluto da soberba
Pensa que tudo pode e tudo lhe cabe
Cego se torna ao supor sua sapiência
E em indigno se transforma o astuto
Ao ignorar sua própria consciência
Age como que se sozinho estivesse
E não se importa com mais ninguém
E não há querer que não quisesse
Pensa em seu próprio benefício
Atua pela sua própria ignorância
Fazendo deste seu maior artifício
Contradiz-se quando é questionado
E reage a tudo e todos agredindo
Pois não aprendeu a ficar calado
Pobre do tolo sem causa aparente
Que vagueia por este mundo afora
Supondo ser, portanto, inteligente
Advoga em causa própria, defende
Acredita ser superior aos demais
E com atos e palavras assim ofende
Impõe seus desejos e vontades
Sem dó, culpa ou arrependimento
Afirmando assim sua incapacidade
De um amar livre e natural
Castiga seu coração e sua mente
Ferindo quem mais lhe é leal
E não vê que este seu viver é vão
E que assim nada consegue em vida
Pensa: Tudo tenho! Mas vazia é sua mão