Tolo

Tolo o ser que acredita que tudo sabe

Que reina senhor absoluto da soberba

Pensa que tudo pode e tudo lhe cabe

Cego se torna ao supor sua sapiência

E em indigno se transforma o astuto

Ao ignorar sua própria consciência

Age como que se sozinho estivesse

E não se importa com mais ninguém

E não há querer que não quisesse

Pensa em seu próprio benefício

Atua pela sua própria ignorância

Fazendo deste seu maior artifício

Contradiz-se quando é questionado

E reage a tudo e todos agredindo

Pois não aprendeu a ficar calado

Pobre do tolo sem causa aparente

Que vagueia por este mundo afora

Supondo ser, portanto, inteligente

Advoga em causa própria, defende

Acredita ser superior aos demais

E com atos e palavras assim ofende

Impõe seus desejos e vontades

Sem dó, culpa ou arrependimento

Afirmando assim sua incapacidade

De um amar livre e natural

Castiga seu coração e sua mente

Ferindo quem mais lhe é leal

E não vê que este seu viver é vão

E que assim nada consegue em vida

Pensa: Tudo tenho! Mas vazia é sua mão

Marcelo Scot
Enviado por Marcelo Scot em 26/03/2007
Código do texto: T426953
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