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-porque há dores que nunca se calam-

fosse a noite a hora
trazendo da eternidade o fim
enquanto enrosco-me
na fímbria dolorida
das palavras
que assomam vida
nesse meu labirinto corpóreo
como uma sina maldita


 fosse a noite a hora
deixaria aos pés do poema
-que nunca escrevi-
toda sorte de amores
que um dia meu olhar sorriu

fosse a noite a hora
desafiar-te-ia ao grito cardíaco
de uma fala molhada
de um peito amante
no limiar do precipício

pois fosse a noite a minha hora
levaria todas as vozes
dessas dores que me trucidam
e seria apenas brisa e ais
no recôndito do teu suspiro

-porque há dores, mesmo na morte, que nunca se calam-

Karinna*
Karinna
Enviado por Karinna em 01/05/2013
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