JARDIM FANTASMA

É tépida a manha que me recebe

Não vi o orvalho

Não senti o aroma das flores

Não há mais flores no velho jardim

Só fantasmas...

Rosas espectrais volitando em canteiros inexistentes

Gira sois teimosos nascendo em meio a ervas daninhas

Sombras...

Hoje o jardim cultiva sombras

Houve um tempo eu que eu sabia aprecia-las

Em tempos idos o sol era mais receptivo

A brisa marinha era mais perfumada

E o mar. o mar era meu

Houve um tempo em que sempre havia um livro

Alguma estória envolvente e misteriosa em minhas mãos

La fora o mundo seguia em lenta andança sem que eu me desse conta

Dias em que eu sabia cavalgar a fantasia sozinho

Um tempo... que acena de um passado longínquo

Hoje a manhã me recebeu com pássaros

Aves cantantes que não ligam pras guerras

Coreia? E.U.A? Quem são?

Aves barulhentas que não sabem de massacres

Não sabem de rodovias ruins

Não sabem de dinheiro

O quão ignorantes estas aves são?

E tão felizes...

A manha me recebeu com um lampejo de dias melhores no canto dos pássaros

Olhei pela janela impressionado por um momento

O mundo parecia outro

O tempo parecia ter regredido...

Nesta manhã fui feliz de novo.