Tempo
Ah! quem me dera
idade rasa ainda tivesse
e em meus anos poucos
ensaiar e construir.
Edificar fortalezas
nada de incertezas
apenas belezas
para me deleitar.
O hoje tão incerto
amanhã não sei...
onde vou estar
tomando champanhe
ou lágrimas a rolar.
Do ontem tanto gosto
mas ele sempre parece...
tao distante!
Tento pegá-lo
com ambas as mãos
mas por mais que meus braços estiquem
ele por entre meus dedos desliza...
implacável!
Sem dó nem pena ele se vai...
ou será... que quem passa somos nós?
ele todo poderoso...eterno!
Oh! como dói.
Tempo tempo tempo...marcas a deixar...
é o outono que chega
chega de mansinho
prá não assustar.
Enquanto isso...
folhas secas a rolar se vão...
e a vida passando se vai...
outras vidas virão
e mais outras, e mais outras...
num contínuo perpetuar.