POR QUE CHORAS TARDE MINHA!
(Sócrates Di Lima)

Por  que choras óh tarde minha,
Nos soluços da brisa que se alinha,
Porque ouço seus gemidos roucos,
No tempo que ri dos teus sufocos.

Por que choras, minha rainha,
Tarde que me abraça no meu cansaço,
Tu bem sabes que na tua linha,
Enrolo meus sonhos no teu abraço.

Por que choras minha menina,
Escondida sob a burca que te veste,
Não vejo teus olhos que sempre domina,
A cor da tarde no azul celeste.

Molha-me tuas lágrimas de saudades,
Inunda meu peito da tua promiscuidade,
Não mais te alinhas como alinha outras tardes,
Posso ver isto na tua nova identidade.

Tornares uma tarde fria,
Tornares uma tarde sem rosas,
Tornares tarde vazias,
Que não se ouve mais tuas prosas.

E os pássaros se esconderam,
Tiveram medo de ti,
E até a mim, convenceram,
A não mais olhar-te daqui.

E assim posso fechar minhas janelas,
Ocultar os meus olhares,
Não te ver mais enm passarelas,
Porque estais em outros mares.

Por que choras tardes insensível,
Se ao teu redor o verde e o outro te adorna,
O crepúsculo está apreensivel,
Não sabe mais, como te contorna.

Perdi-me de ti, óh tarde de abril,
Que se banha no céu de minha cidade,
Não há chuvas, nem Sol, nem céu anil,
Só o lusco-fusco da tua infertilidade.

Tarde que me abraçava mansinha,
E tanto me sorria,
Ouo agora no sino da capelinha,
Apenas o tom da Ave Maria.

Por que choras óh tarde minha!
Que até me rranca lágrimas de piedade,,
Então, vou até acender uma velinha,
Para não mais ve-la chorar nesta saudade.


 
Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 30/04/2013
Reeditado em 30/04/2013
Código do texto: T4267395
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