A última pilhéria do Criador**

"Sou, talvez, o mais triste ser humano /Que vive sob o céu, ou sobre o solo, / porque possuo o espírito de Apolo, Na feia catadura de Vulcano." (Da Costa e Silva - http://dacostaesilva.vilabol.uol.com.br/dacosta3.html)

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Não se incomode com a tara do meu olhar,

Sabes que tuas curvas jamais serão minhas;

Todos teus acadêmicos trajetos perfeitos

Nunca se ajustarão aos meus desalinhos.

Não me tente sutilmente com tua seda fina,

Teus lençóis jamais sentirão meu odor;

O fogo do cio do teu ventre em fértil pudor

Jamais coitará meu falo cefálico pecador.

Não atento às tuas glórias passageiras,

Sou alheio ao alheio do meu próprio meio;

Sigo rumo às covas carentes de orgânico

Enquanto minh'alma se compadece em pânico.

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Minha flor, nunca gozei com melhor piada

Das últimas travessuras do Criador:

cobriu minh'alma com veste de Apolo

Em um corpo Vulcano sem o teu amor!

Kal Angelus
Enviado por Kal Angelus em 26/03/2007
Reeditado em 18/10/2012
Código do texto: T426683
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