No oco do mundo
No basquete, enterra ou leva toco
Perder de zero, fonar, levar coco
Não ouviu, na minha terra é moco
Vai Coca-Zero? Não, água de coco
Perdeu a bola, lesado, dorminhoco
Cigarro grosso de maconha é toco
Uma dança de embolada é o coco
Diferença é o mesmo que troco
Baixa da égua é do mundo o oco
A pancada foi na cabeça, no coco
Abestalhado é o macho broco
De uma mulher levar fora é toco
Acabou de ser pai, tá no choco
Casa de taipa, barro é o reboco
Pau que fica enterrado é toco
Delícia, feijão e jerimum-caboco
O murro é o mesmo que o soco
Quem ofende o outro dá cotoco
Sem graça, desenxabido, xacoco
Responder à ofensa é dar o troco
Cabra falso é santo do pau oco
Em Pernambuco propina é toco
Não tem miolo, é vazio, é oco
É meningite, é pneumococo
Estouro, explosão, um papoco
Amigo de fé, matuto, caboco
Futebol, chute forte é um coco
Aleijadinho tinha estilo barroco
Dois sertanejos, Tonico e Tinoco
Francisco de Barros é o tio Caboco
Meu irmão Gime, apelido Ginoco
Ator pai d’égua, Francisco Cuoco
Venezuela, maior rio é o Orinoco
Messias Holanda e o pé de coco
No Japão, seis alqueires, um koko
Luiz Gonzaga na sala de reboco
Espie só que medonho sufoco
Tudo rima no oco, pouco a pouco
Morada Nova tem Alto do Papoco
Sol, Coceirinha... haja louco!
O mais alto de nós não é mais que um conhecedor
mais próximo do oco e do incerto de tudo (Fernando Pessoa)