Estalando de nova...

Estalando de nova, a alma,

igual docinhos glaçados de casamento

(açúcar feito vidro para adoçar o julgamento).

E na memória mais um caco,

vaso recomposto, colado,

a vida em justapostos pedacinhos.

No ouvido os passarinhos,

no olvido todo o passado.

Vê-se da janela barco ancorado

e também mar, e ainda areia,

e uma corda que amarra mas que solta:

a onda é a vida que meneia,

a vida é a onda que não volta.