Em suspensão e pêndulo.
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A Santa
Poesia, sou tua!
Carne, alma, unhas...
Dentes de Dante.
E a cabeça feita
até as pontas dos pés.
E as pontes sobre o céu entre polens,
e os poros de tua flor,
as margens encarnadas de: tua palavra.
Minha e vossa ceia posta,
minha insanidade doce sem misérias.
A Louca
Em transe
sou tua cor o escarlate,
Poesia sem vestimentas,
sou teu corpo, do objeto,
teu cavalo em gestação...
Se me danças giro,
giro e rio, giro, rio e águo...
Sou do teu vermelho o sangue e a espuma,
vivo a transfusar por ondas,
fantasma, lançando sinais
a pedir tua guia.
Não me guie, minha guia...
Sou tua em pausas e sonoros silêncios. Só tua.
Toda a rua sabe, todo o chão dessa casa
e o ruído abafado de minha sede noturna.
Um explicito, um acento, um abrev.
breve ato a breve ato
palco e platéia,
simbióticas:
As rainhas do drama, da tragédia, do riso!
(r i so s)
(êx ta se)
Patrícia Porto