QUANTUM

Há um quanto de razão despercebida

Que se abre de talvez à flor da vida

Há um quanto de verdade na mentira

Que se acha no porquê de quem delira

Há um quanto de passar no que nos fica

Que se adere ao nonsense e modifica

Há um quanto de prazer no mais sagrado

Que perfuma o chorume desprezado

Há um quanto de pensar na pedra bruta

Que dá asas ao escuro de uma gruta

Há um quanto de desgosto na alegria

Que esgota o carpe diem de todo dia

Há um quanto de poder no miserável

Que almoça nosso mundo inefável

Há um quanto disso Tudo em tudo isto

Que ronca nosso sono de “eu existo”.