Paradoxo
A poesia abraça tudo que sinto
E extrai o sumo da minha essência!
Por vezes não percebe que finjo
As dores de imaginada vivência...
Não posso falar do que não sei...
Conheço inferno, purgatório e limbo!
Eu crio e transgrido minhas leis
Pra não me perder no meu labirinto...
Meu verso é incuravelmente faminto
Devora passado, presente e futuro...
É animal feroz com puro instinto
Que dá sua voz aquilo que está mudo.
Nem tudo que sinto eu escrevo,
Nem tudo que escrevo eu sinto!
Mas tudo que falo, eu conheço...
Portanto, em verdade, eu não minto!